Dor pélvica constante: pode ser endometriose?

Aquela dor que vai e volta todo mês já é incômoda. Mas quando a dor se instala de forma contínua, afeta o dia a dia e parece não ter fim, é hora de acender o alerta. A dor pélvica constante pode ser um sinal de que algo mais sério está acontecendo — e, muitas vezes, essa dor está relacionada à endometriose.

Neste artigo, você vai entender:
– O que caracteriza uma dor pélvica constante
– Por que essa dor pode estar ligada à endometriose
– Quais exames ajudam a confirmar o diagnóstico
– Como funcionam os principais tratamentos

Se você convive com dor recorrente na região pélvica e sente que algo está fora do normal, siga a leitura. Conhecimento é o primeiro passo para o cuidado verdadeiro.

O que caracteriza uma dor pélvica constante?

Nem toda dor na pelve é preocupante — muitas mulheres sentem desconfortos pontuais durante o ciclo menstrual, ovulação ou após um esforço físico. Mas quando essa dor se torna persistente, frequente e interfere na rotina, ela merece investigação.

 Como diferenciar uma dor ocasional de uma dor pélvica constante?

  • Duração: a dor está presente por mais de seis meses, mesmo que varie de intensidade.
  • Localização: geralmente afeta a região abaixo do umbigo, podendo irradiar para costas, pernas ou períneo.
  • Frequência: não se restringe apenas ao período menstrual — pode ocorrer todos os dias ou várias vezes por semana.
  • Impacto: afeta atividades cotidianas, o desempenho no trabalho, as relações afetivas e a qualidade do sono.

Exemplos comuns de queixas:

  • Cólicas intensas fora do período menstrual
  • Sensação de peso na pelve que piora ao longo do dia
  • Dor durante as relações sexuais
  • Dor para urinar ou evacuar
  • Dor que piora ao ficar sentada por muito tempo

Se você se identificou com alguma dessas situações, é possível que a dor pélvica constante esteja relacionada à endometriose — uma doença ginecológica inflamatória, progressiva e, infelizmente, ainda subdiagnosticada.

Principais causas de dor pélvica crônica em mulheres

A dor pélvica constante pode ter diferentes origens, nem sempre fáceis de identificar. Por isso, o diagnóstico correto exige escuta atenta, exames específicos e, muitas vezes, avaliação de múltiplas especialidades.

Confira abaixo as principais condições ginecológicas e urológicas associadas à dor pélvica crônica em mulheres:

Endometriose

  • Crescimento do tecido endometrial fora do útero.
  • Dor pélvica persistente, cólicas intensas, dor na relação sexual e infertilidade.
  • Pode afetar órgãos como ovários, intestino e bexiga.

Adenomiose

  • O endométrio invade a parede muscular do útero.
  • Provoca aumento do útero, cólicas menstruais fortes e fluxo intenso.
  • Muitas vezes confundida com a endometriose.

Doença Inflamatória Pélvica (DIP)

  • Infecção dos órgãos reprodutivos, geralmente causada por DSTs.
  • Dor abdominal baixa, febre, corrimento e dor durante o sexo.
  • Pode deixar sequelas como aderências e infertilidade.

Miomas uterinos

  • Tumores benignos na parede do útero.
  • Causam sangramento intenso, sensação de peso, dor e infertilidade.
  • Sintomas variam de acordo com o tamanho e localização dos miomas.

Cistite intersticial

  • Inflamação crônica da bexiga, de origem não infecciosa.
  • Urgência urinária, dor ao urinar e dor pélvica que piora com a bexiga cheia.
  • Sintomas podem ser confundidos com infecções urinárias recorrentes.

Cada uma dessas condições exige uma abordagem diferente — por isso, não há espaço para automedicação. Somente uma avaliação completa pode identificar a verdadeira causa da dor pélvica constante.

Como a endometriose provoca dor pélvica contínua?

A dor causada pela endometriose não é apenas “uma cólica forte”. Trata-se de um processo mais complexo e profundo, que envolve múltiplos fatores no corpo da mulher.

A seguir, entenda por que a endometriose é uma das principais causas de dor pélvica constante:

– Inflamação crônica

As células endometriais fora do útero reagem ao ciclo hormonal e inflamam a cada mês. Isso gera um processo inflamatório contínuo nos tecidos próximos, causando dor constante, mesmo fora do período menstrual.

– Formação de aderências

A inflamação provoca cicatrizes internas chamadas aderências, que colam órgãos entre si — como ovários, útero, intestino e bexiga. Essa “colagem” limita os movimentos naturais desses órgãos e pode provocar dor ao sentar, andar, evacuar ou ter relações sexuais.

– Envolvimento dos nervos

Em alguns casos, a endometriose afeta diretamente as terminações nervosas da pelve. Isso pode gerar uma dor neuropática, mais intensa e de difícil controle, que se mantém ativa mesmo com o uso de analgésicos comuns.

Outros sintomas que podem acompanhar a dor pélvica causada por endometriose

A endometriose raramente se manifesta apenas como dor pélvica constante. Ela é uma doença sistêmica e multifatorial, com impactos que vão além do útero — afetando o funcionamento de outros órgãos e a qualidade de vida como um todo.

Estar atenta aos sintomas associados é fundamental para buscar um diagnóstico mais preciso e evitar atrasos no tratamento.

Sintomas que podem acompanhar a dor pélvica:

  • Dor durante a relação sexual (dispareunia): especialmente em posições mais profundas, é um sintoma muito comum e limitante.
  • Alterações intestinais: como constipação, diarreia, sensação de evacuação incompleta e dor ao evacuar, especialmente no período menstrual.
  • Dor ao urinar: pode indicar comprometimento da bexiga ou ureteres, principalmente quando associada ao ciclo menstrual.
  • Menstruações dolorosas e incapacitantes: cólicas que não melhoram com analgésicos comuns e obrigam a paciente a se afastar de suas atividades.
  • Sangramentos irregulares ou intensos: também podem aparecer, dependendo do grau e localização da endometriose.

Se esses sintomas se repetem mês após mês, não devem ser ignorados. Eles podem indicar que a dor pélvica constante está relacionada a um quadro de endometriose — e quanto antes for investigado, melhor será o prognóstico.

Quando é hora de investigar com um especialista?

Muitas mulheres passam anos normalizando dores incapacitantes por falta de informação ou por não serem levadas a sério em atendimentos anteriores. Mas a verdade é simples: não é normal sentir dor todos os meses a ponto de afetar sua rotina, seu humor e sua energia.

Procure um ginecologista especializado se você apresenta:

  • Dor pélvica constante ou cólicas que não melhoram com remédios comuns
  • Dores frequentes durante ou após relações sexuais
  • Dificuldade para engravidar, associada a sintomas menstruais intensos
  • Alterações intestinais ou urinárias no período menstrual
  • Menstruações que te deixam de cama, com náuseas, desmaios ou sensação de exaustão extrema

Além dos sintomas físicos, é importante considerar também os impactos emocionais e sociais. Muitas mulheres com endometriose enfrentam ansiedade, cansaço, dificuldade de concentração e até afastamento das atividades profissionais e afetivas por conta da dor constante.

Na Endometriose Brasília, oferecemos um olhar atento e cuidadoso, com equipe multidisciplinar e tecnologia de ponta para o diagnóstico preciso. Aqui, você é ouvida, acolhida e tratada com respeito.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico da endometriose exige atenção aos detalhes. Como os sintomas podem variar de mulher para mulher, é fundamental que o processo seja conduzido por profissionais experientes e sensíveis à realidade da paciente.

Como é feito o diagnóstico?

O caminho geralmente começa com uma escuta clínica cuidadosa e detalhada. Em seguida, podem ser solicitados exames como:

  • Ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal
  • Ressonância magnética pélvica
  • Laparoscopia diagnóstica (em casos específicos)

Nem sempre os focos de endometriose aparecem com clareza nos exames iniciais, por isso a experiência do especialista faz toda a diferença na interpretação dos resultados e na conduta a seguir.

Abordagens terapêuticas disponíveis

Cada mulher é única — e o tratamento também deve ser. Existem diferentes caminhos possíveis, que podem ser utilizados isoladamente ou de forma combinada:

  • Medicação hormonal para controle dos sintomas e progressão da doença
  • Cirurgia laparoscópica para retirada dos focos e aderências
  • Terapias complementares, como acupuntura, fisioterapia e suporte nutricional
  • Acompanhamento psicológico e apoio emocional, essenciais para lidar com os impactos da doença
  • Tratamentos específicos para infertilidade, quando necessário

Na Endometriose Brasília, oferecemos um tratamento completo e integrado, com ginecologistas, proctologista, urologista, nutricionista, psicólogo, especialista em dor, fertilidade, endocrinologia e sexologia — tudo em um só lugar.

Nosso compromisso é com a sua qualidade de vida, seu bem-estar e seus planos de futuro.

* Quer entender melhor quando a cólica deixa de ser normal?
Leia também nosso artigo completo: Cólica menstrual forte é normal?